Paulo Gonçalves viveu hoje uma verdadeira etapa de azar na edição de 2014 do Rali Dakar, que ficou marcada pela queda do piloto português Ruben Faria, a quem prestou auxílio até à chegada da equipa médica.
O esposendense demorou praticamente seis horas a completar os 374 quilómetros cronometrados da especial de hoje, que ligava San Rafael a San Juan, ficando a quase duas horas e 14 minutos do melhor tempo, que pertenceu ao seu colega de equipa Joan Barreda.
A razão para tal perda de tempo está relacionada com um erro cometido na escolha da rota a seguir e pelo posterior auxílio prestado ao também português Ruben Faria, após este sofrer uma queda quando os dois seguiam juntos e se aproximavam do final da etapa. Ruben Faria ficou ferido e Paulo Gonçalves permaneceu com ele até que ao momento da chegada da assistência médica.
O piloto algarvio foi transportado por helicóptero até ao hospital de campanha, onde realizou alguns exames que afastam a existência de um traumatismo craniano. O seu estado não aparenta ser grave, mas permanecerá em observação, por precaução.
Uma vez mais, como já havia acontecido em edições anteriores do Dakar, o carácter e solidariedade de Paulo Gonçalves falaram mais alto, prontificando-se a prestar auxílio a quem dele necessita, em detrimento dos resultados desportivos.
Todavia, neste tipo de situações a Direção da prova costuma compensar os pilotos que auxiliam os colegas em dificuldades, aguardando-se que essa seja a decisão tomada em relação à atitude de Paulo Gonçalves.
O piloto falou do infortúnio que lhe comprometeu sobremaneira os objectivos traçados para este Dakar:
" Foi um dia muito mau que comprometeu o meu resultado na prova. Cometi um pequeno erro a seguir outros pilotos, acabámos por descer a montanha e quando vi que era o caminho errado já não conseguia subir para a pista certa. Tentei subir várias vezes, caí muitas vezes a tentar subir e danifiquei bastante a mota, ficando sem road-book e instrumentos de navegação.", começou por explicar Paulo Gonçalves, para depois falar do acidente do seu compatriota Ruben Faria. “Assim que vi o Ruben caído parei de imediato a prova e chamei a assistência médica, ficando com ele até à chegada do helicóptero. Não me pareceu ter nada de grave, já sei que está bem e que vai ter de ficar um ou dois dias internado apenas para observação”, esclareceu Gonçalves.
Paulo Gonçalves encontra-se agora a mais de 2 horas e 22 minutos do primeiro classificado, precisamente Joan Barreda, ocupando o 28º lugar da geral. Espera-se que a eventual decisão da Direção da prova venha a atenuar, de alguma maneira, este atraso.
De partida para o quarto dia de Dakar na América do Sul, Paulo Gonçalves terá pela frente uma etapa por caminhos típicos do 'faroeste', depois de uma noite em que a assistência da equipa oficial Honda HRC fica de fora. De San Juan a Chilecito, ainda na Argentina, a caravana de “motards” enfrentará um total de 563 quilómetros de percursos, dos quais 353 será a contra-relógio.
“ Amanhã o objetivo é tentar chegar ao bivouac e a partir daí será ajudar o meu companheiro de equipa Joan Barreda a manter a liderança da prova. Resta ajudar a Honda a lutar pela vitória!”, concluiu.
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