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» » » » Dakar 2014: Balanço da participação de Paulo Gonçalves




Decididamente este não foi um Rali Dakar afortunado para o piloto de Esposende, nem o está a ser para uma parte dos portugueses que se apresentaram no domingo em Rosario, Argentina, para o arranque do Rali, alguns deles com aspirações de uma boa classificação final.

Primeiro foi Carlos Sousa, nos carros, que depois de ter vencido a primeira etapa, foi desclassificado da prova no segundo dia por ter perdido muitas horas e falhado a passagem pelos pontos intermédios, devido ao rebentamento do turbo.
No mesmo dia, Francisco Pita, também em carros, abandonou a corrida.
Na terça-feira o azar bateu à porta do motard Ruben Faria, pelas razões conhecidas.
Ao 5º dia de prova, a má sorte calhou ao nosso conterrâneo Paulo Gonçalves.

Cinco dias depois do arranque do Dakar, restam agora cinco portugueses em prova, todos eles nas motos: Hélder Rodrigues (Honda), Bianchi Prata (Husqvarna), Mário Patrão (Suzuki), Pedro Oliveira (Speedbrain) e Victor Oliveira (Husqvarna). O melhor classificado é Hélder Rodrigues, na 15.ª posição da geral, a 1h35m35s do líder, Joan Barreda (Honda).

Resumo da participação de Paulo Gonçalves no Dakar 2014

Etapa #1:
Na primeira especial do Dakar 2014, no domingo passado, Paulo Gonçalves conseguiu o quinto melhor tempo.

Etapa #2:
No dia seguinte foi o oitavo mais rápido e tudo parecia correr normalmente, dentro dos planos traçados. Estava em 7º na geral, a pouco mais de 8 minutos do primeiro classificado, tempo esse perfeitamente recuperável numa prova desta natureza e com tantas etapas ainda por cumprir.

Etapa #3:
Os primeiros infortúnios surgiram na 3ª etapa (terça-feira, 7 de Janeiro). Nesse dia e quando já faltavam apenas algumas dezenas de quilómetros para atingir a meta, Paulo Gonçalves perdeu bastante tempo por, num primeiro momento, se ter equivocado no caminho a seguir e, logo de seguida, apercebendo-se da queda e dos ferimentos de Ruben Faria, ficou com o algarvio até ao instante da chegada da assistência médica. Gonçalves chegou ao fim da etapa com mais de duas horas de atraso em relação ao vencedor, tendo aí hipotecado as suas esperanças de atingir um lugar no pódio, conforme era o seu principal objectivo. Por esta altura estava posicionado em 28º lugar, a duas horas e 22 minutos do primeiro classificado.

Etapa #4:
Ainda assim, após a 4ª etapa, o piloto da Honda conseguiu recuperar algum terreno. A conquista do 7º melhor tempo desta especial permitiu-lhe subir algumas (9) posições e entrar no 'top 20' (em 19º). Por esta altura os objectivos já tinham sido compreensivelmente reformulados, passando por vencer uma ou mais etapas, alcançar a melhor classificação possível e ajudar a sua equipa e companheiros a vencer o rali.

Etapa #5:
Ao quinto dia, o ponto final da participação do piloto esposendense no Dakar 2014.
E que forma tão inglória disso acontecer!
O campeão mundial de todo-o-terreno liderava a 5.ª etapa quando se apercebeu da existência de chamas na sua moto. Apesar da tentativa desesperada de apagar o fogo, não foi possível recuperar a moto, vendo-se obrigado a abandonar a prova.


Estou desolado, muito triste por ver terminada a prova desta maneira. Estávamos a fazer uma boa etapa, seguia na liderança e estava determinado a vencer. A uma dada altura dei pela mota em chamas, parei de imediato e fiz de tudo para parar o incêndio. Não foi possível. Senti-me impotente, já não havia nada a fazer. Assim terminou o meu Dakar!”, declarou Paulo Gonçalves no final do incidente.

Um momento marcante desta situação deu-se quando um outro motard passou pelo local da ocorrência do incêndio e perante os apelos de ajuda de Paulo Gonçalves optou por seguir caminho. Em relação a esse episódio, Paulo Gonçalves disse: "Quanto à situação que se passou com o Joan Pedrero, julgo que não havia mais nada a fazer, ele ainda tentou ajudar, e agradeço, mas já seria tarde depois de ver as chamas tomarem a moto. Jamais o poderei julgar, desejo a ele e a todos os outros pilotos a continuação de uma grande prova... Eu já estou fora!"

Momento em que Joan Pedrero Garcia decidiu não ajudar Paulo Gonçalves.



Balanço na primeira pessoa:

Paulo Gonçalves balanceou ainda aquela que foi a sua oitava participação no Rali Dakar. “Estava a ser um Dakar muito difícil, entrei bem mas depois tive os problemas da terceira etapa, que já estava disposto e a conseguir recuperar. Infelizmente já não posso continuar em prova, mas o Dakar é isto mesmo! Vamos trabalhar para começar a preparar no próximo.”, disse o piloto da Honda HRC.

Aproveitou também para agradecer o apoio recebido. "Quero expressar o meu agradecimento a todos vocês pelas palavras de apoio e incentivo neste Dakar. Não sinto que tenha desiludido aqueles que acreditaram em mim, mas que juntos vamos ter mais força para voltar a lutar."

O piloto português deverá regressar a Portugal nos próximos dias.



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Sobre o autor Unknown

O EsposenDEsportivo procura relevar o Desporto que acontece no concelho ou que envolva desportistas/ coletividades concelhias.

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