Atualmente no no Atlético CP, o jovem futebolista natural de Vila Chã, Kiki Afonso, deu uma entrevista ao espaço JOVENS PROMESSAS no facebook, onde fez uma retrospectiva do seu percurso até à data.
Entrevista de Kiki Afonso a JOVENS PROMESSAS:
Lançado pelo FC Marinhas, Kiki (diminutivo de Christian) chegou ainda como iniciado às camadas jovens do FC Porto. Após três temporadas, contudo, recebeu ordem de marcha e rumou aos juniores do Rio Ave, onde concluiu a sua formação. Houve a possibilidade de permanecer no plantel principal, mas tal promoção acabou por não se verificar. Saiba daqui a pouco porquê.
Encerradas as negociações com várias entidades de renome, assinou em seguida por uma equipa do quarto escalão do futebol inglês, sabendo de antemão que estava de passagem. Meses depois, logo em janeiro, juntou-se ao Atlético CP, clube que desde então tem representado.
No final da época 2013/2014 foi convocado pelo selecionador nacional Ilídio Vale para integrar a Seleção Nacional Sub-20 no prestigiado Torneio de Toulon, em França, onde teve oportunidade de somar a sua primeira internacionalização pelas seleções jovens de Portugal no jogo contra a China.
Jovens Promessas – Lançado no futebol federado pelo modesto Marinhas, deu em 2008 o salto para o FC Porto, clube ao qual esteve ligado durante três temporadas. De que forma classificaria a qualidade dos azuis e brancos ao nível da formação?
Kiki Afonso – Como todos sabemos, o FC Porto é um grande clube e uma enorme instituição. E, para mim, por muito pouco que tenha sido o tempo que por lá passei, a qualidade ao nível da sua formação é muito boa, pois nesses dois anos sinto que aprendi e evoluí bastante.
JP – Consegue, de forma direta, apontar o jogador mais talentoso com quem se cruzou no Olival?
KA – Isso não é uma resposta nada fácil, porque, como eu tive uma curta passagem, foram vários os jogadores que me marcaram pelo seu talento.
JP – Em 2011, na transição para o escalão de juniores, acabou por se dar o ponto final na sua ligação aos dragões. Foi uma decisão sua ou pode considerar-se que foi uma dispensa por parte do clube? Que pontos positivos encontra na sua passagem pela instituição?
KA – Pode-se dizer que foi uma dispensa por parte do clube... Não tenho nada de negativo a apontar aos anos que lá passei. Foi tudo positivo, pois consegui jogar e crescer como jogador. Aprendi com grandes treinadores, que sempre me tentaram ajudar, e a parte do departamento pedagógico também foi muito importante para mim. Muito da pessoa que hoje sou, devo-o a essa instituição.
JP – Nas duas temporadas seguintes, representou o Rio Ave Futebol Clube, onde chegou a ser colega de Nuno Santos, atual jogador da equipa B do Benfica. Como sabe, o extremo é uma das maiores esperanças do clube e muito acarinhado pela massa adepta, após um fantástico primeiro ano de águia ao peito. Tendo partilhado balneário com o atleta, que tem a dizer sobre o mesmo? Esperava esta ascensão na sua carreira?
KA – O Nuno é uma excelente pessoa, muito preocupada e atenciosa, e dentro de campo sempre trabalhou para ser o melhor. Eu sempre acreditei nele e sabia que ele iria ser recompensado, porque sempre foi uma pessoa muito trabalhadora, e sem dúvida merece tudo aquilo por que está a passar.
JP – Terminada a sua formação, rumou ao Dagenham & Redbridge FC, do quarto escalão do futebol inglês. Pode explicar como surgiu esta oportunidade e por que motivo aceitou o convite?
KA – Inicialmente, não foi esse o clube que aceitei. Recebi proposta do Stoke City e aceitei-a. Quando fui para lá e treinei com eles, segundo sei, não houve entendimento nas negociações. Depois, ainda estive em mais dois clubes da Premier League e o mesmo sucedeu. Mais tarde, em última instância, aceitei este convite, para jogar e poder sair em breve...
JP – Recebeu, para além da enviada pelos ingleses, alguma outra proposta? Não houve interesse do Rio Ave em tê-lo na equipa principal?
KA – Sim, houve. Eu estava já a treinar com a equipa principal, na fase final do meu último ano como júnior, e até comecei a fazer a pré-época com o Rio Ave. A minha ideia era ficar, porque sabia que estava num clube que me ajudou. E o mister Nuno Espírito Santo até apostou em mim e me deu uma estreia na Primeira Liga profissional, algo que nunca esquecerei! Mas, infelizmente, ninguém chegou a acordo em relação ao contrato, daí a minha saída.
JP – Em entrevista à "Jovens Promessas", Rafael Floro, lateral esquerdo do Sheffield Wednesday, afirmou que no futebol inglês se joga de forma mais direta e com mais contacto físico. Relativamente ao português, que diferenças encontrou no futebol praticado no berço da modalidade?
KA – Eu tenho a mesma opinião do que ele. Lá, o futebol não passa por trocar muito a bola. É mais um futebol muito físico e direto. Aqui, conseguimos jogar mais, ter mais bola e não é tanto aquele futebol físico. É claro que aqui tem a sua parte física, mas não tanto como lá!
JP – A verdade é que acabou por não jogar pela equipa britânica. Tal facto deveu-se apenas aos problemas físicos que o afetaram?
KA – Sim, infelizmente um problema físico afastou-me muito cedo e não tive oportunidade para me mostrar.
JP – Meses após a sua ida, regressou a Portugal, para representar o Atlético Clube de Portugal. Quão difícil é para um jovem saído há pouco do futebol de formação ganhar a titularidade num conjunto da competitiva Segunda Liga?
KA – Confesso que não imaginava que fosse assim tão complicado, e ainda por cima com uma equipa extremamente experiente, como é a do Atlético, com muitos jogadores experientes. Mas, sendo muito complicado, até porque muitos dos que lá estavam inicialmente não me aceitavam, nunca deitei a toalha ao chão e sempre disse a mim mesmo que iria dar-lhes um motivo para mudarem de opinião. Queria fazê-lo dentro de campo e assim foi. Felizmente, o primeiro jogo que fiz correu-me bem e as opiniões começaram a mudar. Isso deu-me ainda mais força para mostrar que estavam enganados no início.
JP – Como imagina a sua carreira daqui a dez anos?
KA – É difícil ter uma resposta para essa pergunta, porque futebol é o momento, e de hoje para amanhã pode-nos surgir algo extraordinário, que não esperamos, e podemos mudar as nossas vidas... Mas eu espero estar ao mais alto nível, num grande clube, e, claro, que seja concretizado um dos meus sonhos como jogador: jogar na mítica Liga dos Campeões!
Entrevista de Kiki Afonso a JOVENS PROMESSAS:
Lançado pelo FC Marinhas, Kiki (diminutivo de Christian) chegou ainda como iniciado às camadas jovens do FC Porto. Após três temporadas, contudo, recebeu ordem de marcha e rumou aos juniores do Rio Ave, onde concluiu a sua formação. Houve a possibilidade de permanecer no plantel principal, mas tal promoção acabou por não se verificar. Saiba daqui a pouco porquê.
Encerradas as negociações com várias entidades de renome, assinou em seguida por uma equipa do quarto escalão do futebol inglês, sabendo de antemão que estava de passagem. Meses depois, logo em janeiro, juntou-se ao Atlético CP, clube que desde então tem representado.
No final da época 2013/2014 foi convocado pelo selecionador nacional Ilídio Vale para integrar a Seleção Nacional Sub-20 no prestigiado Torneio de Toulon, em França, onde teve oportunidade de somar a sua primeira internacionalização pelas seleções jovens de Portugal no jogo contra a China.
Jovens Promessas – Lançado no futebol federado pelo modesto Marinhas, deu em 2008 o salto para o FC Porto, clube ao qual esteve ligado durante três temporadas. De que forma classificaria a qualidade dos azuis e brancos ao nível da formação?
Kiki Afonso – Como todos sabemos, o FC Porto é um grande clube e uma enorme instituição. E, para mim, por muito pouco que tenha sido o tempo que por lá passei, a qualidade ao nível da sua formação é muito boa, pois nesses dois anos sinto que aprendi e evoluí bastante.
JP – Consegue, de forma direta, apontar o jogador mais talentoso com quem se cruzou no Olival?
KA – Isso não é uma resposta nada fácil, porque, como eu tive uma curta passagem, foram vários os jogadores que me marcaram pelo seu talento.
JP – Em 2011, na transição para o escalão de juniores, acabou por se dar o ponto final na sua ligação aos dragões. Foi uma decisão sua ou pode considerar-se que foi uma dispensa por parte do clube? Que pontos positivos encontra na sua passagem pela instituição?
KA – Pode-se dizer que foi uma dispensa por parte do clube... Não tenho nada de negativo a apontar aos anos que lá passei. Foi tudo positivo, pois consegui jogar e crescer como jogador. Aprendi com grandes treinadores, que sempre me tentaram ajudar, e a parte do departamento pedagógico também foi muito importante para mim. Muito da pessoa que hoje sou, devo-o a essa instituição.
JP – Nas duas temporadas seguintes, representou o Rio Ave Futebol Clube, onde chegou a ser colega de Nuno Santos, atual jogador da equipa B do Benfica. Como sabe, o extremo é uma das maiores esperanças do clube e muito acarinhado pela massa adepta, após um fantástico primeiro ano de águia ao peito. Tendo partilhado balneário com o atleta, que tem a dizer sobre o mesmo? Esperava esta ascensão na sua carreira?
KA – O Nuno é uma excelente pessoa, muito preocupada e atenciosa, e dentro de campo sempre trabalhou para ser o melhor. Eu sempre acreditei nele e sabia que ele iria ser recompensado, porque sempre foi uma pessoa muito trabalhadora, e sem dúvida merece tudo aquilo por que está a passar.
JP – Terminada a sua formação, rumou ao Dagenham & Redbridge FC, do quarto escalão do futebol inglês. Pode explicar como surgiu esta oportunidade e por que motivo aceitou o convite?
KA – Inicialmente, não foi esse o clube que aceitei. Recebi proposta do Stoke City e aceitei-a. Quando fui para lá e treinei com eles, segundo sei, não houve entendimento nas negociações. Depois, ainda estive em mais dois clubes da Premier League e o mesmo sucedeu. Mais tarde, em última instância, aceitei este convite, para jogar e poder sair em breve...
JP – Recebeu, para além da enviada pelos ingleses, alguma outra proposta? Não houve interesse do Rio Ave em tê-lo na equipa principal?
KA – Sim, houve. Eu estava já a treinar com a equipa principal, na fase final do meu último ano como júnior, e até comecei a fazer a pré-época com o Rio Ave. A minha ideia era ficar, porque sabia que estava num clube que me ajudou. E o mister Nuno Espírito Santo até apostou em mim e me deu uma estreia na Primeira Liga profissional, algo que nunca esquecerei! Mas, infelizmente, ninguém chegou a acordo em relação ao contrato, daí a minha saída.
JP – Em entrevista à "Jovens Promessas", Rafael Floro, lateral esquerdo do Sheffield Wednesday, afirmou que no futebol inglês se joga de forma mais direta e com mais contacto físico. Relativamente ao português, que diferenças encontrou no futebol praticado no berço da modalidade?
KA – Eu tenho a mesma opinião do que ele. Lá, o futebol não passa por trocar muito a bola. É mais um futebol muito físico e direto. Aqui, conseguimos jogar mais, ter mais bola e não é tanto aquele futebol físico. É claro que aqui tem a sua parte física, mas não tanto como lá!
JP – A verdade é que acabou por não jogar pela equipa britânica. Tal facto deveu-se apenas aos problemas físicos que o afetaram?
KA – Sim, infelizmente um problema físico afastou-me muito cedo e não tive oportunidade para me mostrar.
JP – Meses após a sua ida, regressou a Portugal, para representar o Atlético Clube de Portugal. Quão difícil é para um jovem saído há pouco do futebol de formação ganhar a titularidade num conjunto da competitiva Segunda Liga?
KA – Confesso que não imaginava que fosse assim tão complicado, e ainda por cima com uma equipa extremamente experiente, como é a do Atlético, com muitos jogadores experientes. Mas, sendo muito complicado, até porque muitos dos que lá estavam inicialmente não me aceitavam, nunca deitei a toalha ao chão e sempre disse a mim mesmo que iria dar-lhes um motivo para mudarem de opinião. Queria fazê-lo dentro de campo e assim foi. Felizmente, o primeiro jogo que fiz correu-me bem e as opiniões começaram a mudar. Isso deu-me ainda mais força para mostrar que estavam enganados no início.
JP – Como imagina a sua carreira daqui a dez anos?
KA – É difícil ter uma resposta para essa pergunta, porque futebol é o momento, e de hoje para amanhã pode-nos surgir algo extraordinário, que não esperamos, e podemos mudar as nossas vidas... Mas eu espero estar ao mais alto nível, num grande clube, e, claro, que seja concretizado um dos meus sonhos como jogador: jogar na mítica Liga dos Campeões!
Entrevista adaptada de "Jovens Promessas" - conduzida por José Dias
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