Cerca de 300 pessoas receberam na noite deste domingo o novo campeão do mundo de motos todo-o-terreno. Paulo Gonçalves aterrou no aeroporto do Porto com a medalha de ouro e a bandeira de Portugal.
O piloto de Esposende encontrou à chegada ao Porto familiares, amigos e fãs que lhe quiseram saudar pela recente conquista. Visivelmente cansado e, sobretudo, emocionado, foi levado em ombros por aqueles que sempre o apoiaram e acreditaram nas suas capacidades, seguindo-se uma caravana até Esposende, onde a comemoração prossegueria.
Duelo com Marc Coma travado até aos últimos quilómetros
Quanto às incidências da luta pelo título mundial, Paulo Gonçalves sublinhou que não foi fácil ganhar a Marc Coma. «Foi um título muito difícil, disputado até ao último segundo, no último dia, na última corrida, depois de percorrer quatro continentes. Havia apenas quatro pontos de diferença para o Marc Coma e foi uma tremenda luta, imprópria para cardíacos. Cometi alguns erros na última etapa, pensei que tinha perdido, mas o Marc Coma também cometeu alguns e acabei por ser feliz», disse, assumindo que o surgimento dos erros era «muito fácil de acontecer, tamanha foi a pressão, sobretudo na última etapa».
Daquele que foi «um dos dias mais duros da carreira» do mais titulado piloto português de motos guarda a memória de «uma etapa sempre a fundo, ao ataque, e onde foi muito complicado controlar os nervos». Tática que valeu a vitória em Marrocos e um título que «foi construído com regularidade ao longo de toda a época, onde a confiança ganha e a evolução da navegação reforçam ambições para o futuro».
Apoio muito importante
Paulo Gonçalves agradeceu o apoio que recebeu durante e no fim do Rali: «É uma vitória de todos os que acreditaram em mim e me apoiaram. Sozinho não conseguiria ganhar e durante toda a semana, durante toda a prova, o medo maior era falhar o título e desiludir todos os que acreditaram em mim. Tinha medo de os desiludir, mas felizmente consegui vencer e gostaria de agradecer a todos», acrescentou.
Próximo desafio - Dakar: «Podemos sonhar com a vitória no Dakar»
Emocionado com a receção e com a moldura humana, Gonçalves prometeu «continuar a trabalhar, se não mais, pelo menos tanto como até aqui» para cumprir o sonho de vencer a prova maior do TT mundial. «Agora, uma semana para descansar, mas não para relaxar porque o Dakar está aí à porta.»
O piloto da Honda acredita numa boa prestação na máxima prova do todo-o-terreno.
"Vencer o Dakar? Há essa vontade. Se possível, vencer, pelo menos como equipa", começou por dizer.
Objetivo que não é uma miragem já que «à rapidez para ganhar etapas» o esposendense adicionou «regularidade e melhorias na navegação», assumindo, lado a lado com os «amigos» Hélder Rodrigues e Rúben Faria, a candidatura ao triunfo. Afinal, sublinha, «Portugal é pequeno apenas na dimensão, porque em termos de matéria humana estamos ao nível dos maiores países do Mundo. Penso que os portugueses - pelo que eu, o Ruben Faria e o Hélder Rodrigues já mostrámos - podem perfeitamente sonhar com uma vitória no Dakar».
Por isso era importante que «além das mensagens de parabéns - que é sempre bom receber -, os políticos tratassem de garantir os meios para os atletas poderem trabalhar mais e melhor em prol de Portugal».
Momentos da chegada:
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