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» » » Futebol: Cláudio Borges em destaque na "A Bola" - rubrica "Portugueses Emigrantes"




O futebolista Cláudio Borges, natural de Fão, foi alvo de destaque no jornal desportivo "A Bola", do passado dia 5 de abril, na rubrica "Portugueses Emigrantes", onde fala sobre a sua experiência no Girabola de Angola, da forma como lá chegou e das vivências que tem passado no país que o acolheu.

Lembre-se que Cláudio Borges, conhecido também por "Elétrico", chegou a Angola em 2012 para jogar no Kabuscorp, onde conheceu e estabeleceu amizade com o conhecido jogador internacional brasileiro Rivaldo. No ano seguinte mudou-se para o Petro de Luanda, onde permaneceu dois anos. Este ano regressou ao Kabuscorp, equipa que decorridas as primeiras seis jornadas ocupa o 5º lugar no Girabola 2015, tendo recentemente mudado de treinador. Neste clube volta a ter a companhia de outro jogador com ligações ao nosso concelho, o guarda-redes Hugo Marques.

Veja na íntegra a reportagem realizada pelo jornalista Paulo Ferreira (A Bola):


PORTUGUESES EMIGRANTES

Cláudio Borges disse sim a Angola e ganhou como prémio a amizade de Rivaldo

As idas para a escola eram sempre da mesma forma. Livros numa mão e uma bola de futebol na outra. Esta relação nunca se desfez. Cresceu e continuou a jogar futebol sem nunca – ai dele – colocar os estudos em segundo plano. Fez a formação superior e licenciou-se em Educação Física. Paralelamente apostou no que mais gostava: jogar à bola. Apresentamos-lhe Cláudio Borges. Um português que conquistou o Girabola. Ou será que foi o Girabola que o seduziu?

Competiu em campeonatos amadores, mas sempre com o profissionalismo debaixo de olho. Nasceu para o futebol como defesa e alinhou em clubes próximos da sua área de residência, Esposende. Depois chegou a proposta do Freamunde e o profissionalismo esteve próximo. Rumou duas épocas ao Macedo de Cavaleiros e viu a sua vida dar uma volta.

Em 2012 assinou pelo Kabuscorp e nunca mais deixou o Girabola. Pelo meio esteve duas épocas no Petro de Luanda, mas no início desta temporada regressou ao emblema que o roubou das suas origens. Já lá vão três anos desde que Elétrico - como é conhecido entre os amigos – deixou os serões na praia e as esplanadas. Apanhou o avião e foi direto a uma nova aventura.

A adaptação foi, segundo conta, «fácil». À data desta conversa confessa que o grau de arrependimento é «zero». Mas, afinal, o que levará um jogador a deixar tudo para arriscar num campeonato desconhecido? «Vim para Angola porque financeiramente foi uma proposta irrecusável. Segundo, já tinha 28 anos e não era propriamente novo para ter pretensões de jogar num grande de Portugal e, por último, a minha mãe é angolana e sempre ouvi maravilhas deste país», desvenda.

Futebol é mais lento e jovens prometem dar que falar

Adaptou-se a uma cidade nova e a um clube com dimensão incomparável àqueles que jogara. Na sua consciência sabia que devia arriscar. Recusou uma primeira proposta em 2010 e não queria perder o comboio novamente. Embarcou naquela que considera a viagem da sua vida.
O primeiro contacto com o Girabola foi esclarecedor. «O jogo é mais lento, os relvados não são do melhor que existe e em termos táticos há muito para evoluir. Por outro lado há muita matéria-prima que trabalhada pode dar frutos», sublinha.

Rivaldo passou da Playsation para melhor amigo

Se, por um lado, Angola o afastou da família e amigos, retribuiu-lhe de outras formas: Levou – o à Seleção de Angola, partilhou o balneário com Rivaldo – sim, esse mesmo que jogou no Barcelona e na seleção brasileira – e deu-lhe outro conforto financeiro. Mas Cláudio explica: «A seleção angolana surgiu de forma natural e foi um prazer. Neste momento está em curso um processo de renovação e não tenho sido convocado, mas foi um enorme prazer servir Angola.»

Pouco tempo depois de chegar ao Girabola, viu Rivaldo entrar no balneário para ser seu companheiro de equipa. Sorriu, usufruiu e construiu uma amizade com o brasileiro. «Foi uma experiência fantástica a todos os níveis, uma vez que nunca pensei jogar com alguém daquele valor. Tudo o que pudermos imaginar em termo de qualidade e profissionalismo vemos no Rivaldo. Ficámos muito amigos e nas próximas férias vou ter com a família dele ao Brasil.»

Girabola é um cenário que não deve ser negado

Se dúvidas existiam, Cláudio confirma que financeiramente compensa jogar no Girabola. «O que posso dizer é que, provavelmente, o que alguns clubes pagam cá, em Portugal só os três grandes, e talvez Braga, são capazes de pagar. Pese embora este facto, custa estar longe da família e isso o DINHEIRO não compra», garante.

E se amanhã o telefone tocasse e fosse para dar conta do interesse de um clube da primeira divisão portuguesa. Qual seria a decisão do defesa? «Não aceitaria pela simples razão de que ninguém me oferecia as condições que tenho aqui. Não falo apenas do aspeto financeiro, mas de outras questões. É obvio que não sei o que o futuro me RESERVA, mas gosto de estar aqui...sinto-me bem em Luanda», assegura.

Em Angola ganhou no campo e fora dele. Conheceu aquela que é a sua namorada, adquiriu outro nível de vida e, tal como Marco Paulo, a partir de agora tem dois amores: Portugal e Angola.



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Sobre o autor Unknown

O EsposenDEsportivo procura relevar o Desporto que acontece no concelho ou que envolva desportistas/ coletividades concelhias.

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